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Dez anos do caso Amarildo e a família segue sem receber a indenização

Passaram-se dez anos desde o desaparecimento de Amarildo Dias de Souza. Era o dia 14 de julho de 2013 quando os policiais militares levaram o ajudante de pedreiro do Bar do Júlio, na favela da Rocinha, e ele nunca mais foi visto. Amarildo foi torturado e dado como morto pelos investigadores, deixando para trás seis filhos, esposa, irmãos e outros familiares que desde então o procuram incansavelmente.

A campanha internacional “Onde está Amarildo?” Ganhou repercussão global e a Justiça já condenou os responsáveis, porém, até hoje, a família não recebeu o corpo para realizar o enterro digno. Além disso, mesmo após uma década de lutas e sofrimento, os parentes do ajudante de pedreiro ainda não receberam a indenização estipulada pela Justiça, que totaliza R$ 3,9 milhões.

Em entrevista ao Metrópoles, Anderson contou que tinha 21 anos quando o pai desapareceu. “Ele estava limpando peixe e desceu para comprar alho e limão no Bar do Júlio. De lá, levaram meu pai. Os policiais nos conheciam, sabiam da nossa família. Meu pai era um homem trabalhador, juntou dinheiro para comprar cada tijolo da nossa casa. Levaram ele dizendo que era para colher depoimento, e meu pai desapareceu. Torturaram meu pai. Deixaram nossa família sem ele”, lamentou Anderson.

“O apelido do meu pai era Boi porque ele carregava todo mundo nas costas. Eu fico feliz de mostrar que meu pai não era aquilo que tentavam dizer. Os policiais deveriam estar aqui para cuidar da gente, não para tirar a vida de ninguém”, completou.

Amarildo Dias de Souza foi sequestrado, torturado e assassinado por policiais militares da UPP da Rocinha em 14 julho de 2013. O corpo até hoje não foi encontrado e nenhum familiar do pedreiro foi indenizado.

Caso do pedreiro Amarildo

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa