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Memória: Nina Simone a voz potente do jazz

Nina Simone, Nasceu em Tryon, Carolina do Norte, Estados Unidos, no dia 21 de fevereiro de 1933. Filha de um marceneiro e de uma empregada doméstica e ministra metodista logo cedo descobriu seu talento para a música, no coral e no piano da igreja que frequentava com a família. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar blues escondida de seus pais, que não aceitavam sua opção de ser cantora,

Nina Simone, nome artístico de Eunice Kathleen Waymon, foi uma cantora e compositora norte-americana, conhecida pelo jazz, mas trabalhou com diversos estilos musicais na vida, como música clássica, blues, folk, soul, R&B, gospel e pop.

Aos dez anos, fez seu primeiro recital de piano na biblioteca da cidade e conheceu na pele o racismo vendo seus pais serem retirados da primeira fila para dar lugar a pessoas brancas. Esse episódio marcou sua vida e daí nasceu seu comprometimento com a luta pelos direitos civis dos negros. Se destacou por posicionar-se contra o racismo na crescente onda que tomava os Estados Unidos na década de 1960. Devido ao seu envolvimento, cantou no enterro de Martin Luther King.

Em 1950, Nina saiu da Carolina do Norte para continuar seus estudos de piano clássico em Nova Iorque, na Juiliard Scool. Em 1954 mudou-se com a família para a Filadélfia. Conseguiu um emprego no Midtown Bar & Grill, em Atlantic City. Nessa época passou a adotar o nome de Nina Simone. Por insistência do dono do bar, passou também a cantar jazz, blues e música clássica. Nesse mesmo ano, prestou exames para uma bolsa no Curtis Institute, porém foi rejeitada, não pela falta de talento, mas pela cor da pele.

Em 1957, assinou seu primeiro contrato com a Bethlehem Records, dando início a sua carreira de sucesso, com os hits “Don’t Let Me Be Misunderstood”, “My Baby Just Carier For Me” e “I Love You Porgy”. Após o sucesso de “Little Girl Blue” (1958), Simone assinou contrato com a Colpix Records e gravou diversos álbuns de estúdio e ao vivo. Em 1961 casou-se com um detetive da polícia de Nova Iorque, Andrew Stroud, que mais tarde tornou-se seu agente. Em 1962 nasceu sua filha Lisa Celeste Stroud.

Em 1964, Nina Simone foi contratada pela Philips. No álbum “Nina Simone in Concert”, pela primeira vez se referiu à desigualdade social que imperava no seu país, com a canção “Mississippi Goddamn”. A partir de então, sua mensagem sobre os direitos civis passou a ser constante em seu repertório. Em 1965, gravou a canção “Strange Fruit”, de Billie Holiday, uma canção sobre o linchamento de homens negros no sul. Em 1966, escreveu “Four Women”, uma canção sobre quatro estereótipos diferentes de mulheres afro-americanas.

Em 1969, Nina Simone deixou os Estados Unidos, cansada de ser avaliada pela cor da pele, e iniciou um roteiro itinerante. Esteve em Barbados, na Libéria, na Holanda, na Tunísia e na França, onde permaneceu durante 10 anos. Esteve duas vezes no Brasil, em 1985, para um festival de jazz, e em 1997, quando gravou com Maria Betânia, a música “Ready to Sing” (Pronta para Cantar).

Em seu funeral compareceram as cantoras Miriam Makeba e Patti LaBelle, a poetisa Sonia Sanchez, o ator Ossie Davis e centenas de outras celebridades. As cinzas de Simone foram espalhadas em vários países africanos, como era seu desejo. A artista teve somente uma única filha, chamada Lisa Simone Waymon Stroud, que, apesar de ter trabalhado nas forças armadas por dez anos, decidiu seguir os passos artísticos da mãe, e tornou-se atriz, compositora e cantora. A jovem atuou na Broadway em Aida.

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João Oscar

João Oscar é jornalista militante de direitos humanos da Baixada e colaborador da ComCausa